segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um mate pra esquecer

Amei a China lindaça, aquela do Bochincho de São Luiz Gonzaga.
Amei a Morena que em sonhos tanto cortejei.
Amei aquela dos lábios de carmim.
Amei a Rosa Flor do riso manso.
Amei a Castelhana da fronteira.
Amei el dulce encanto de Mercedita.
Amei todas, amei na teoria, na solidão.
Agora, somente eu e meu mate amargo, pra esquecer as doçuras doloridas.

                                                                                                                                   TOA



sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Revolução dos Passáros

Exmo. Presidente da República Rio-Grandense José Gomes Vasconcelos

O Netto proclamou a República, o Netto comandou no Seival, o Netto é o amuleto da nossa República. O Tatu é um irresponsável, um bandeador de Gado, ele e o Bento Manuel eram senhores na Campanha, grandes rivais, querem saber de seus interesses próprios. O Bento é um General que unia os Republicanos, apesar do próprio não ser; entende pouco de cancha, se não entende pouco, tem um tremendo azar, e isso afeta a moral das tropas. A italianada sonha com uma República diferente da maioria destes Generais Farrapos, e eu gosto da República desses aventureiros, uma República sem escravos. Eu sou um jovem Capitão, talvez pouco reconhecido pelos meus ideais, justamente por ser abolicionista. Meu Corpo de Lanceiros, me chama de Gavião. O Sargento Caldeira sempre diz, que os negros são iguais a passáros, caçados, mortos ou metidos em prisões. Por isso sou o Gavião, por comandar esse Corpo de Lanceiros, e ter o mesmo ideal destes camaradas de armas. Segundo o Sargento, eu voava mais alto não só por comandar a eles, e sim por não diferenciar estes pela cor da pele, por isso eu sou o Gavião que dá o norte a estes combatentes, um dos poucos, entre esses militares que realmente tem um ideal que ultrapassa interesses econômicos e políticos. A Guerra se estende, e não há previsões para seu fim, e o que mais me incomoda, é continuar nessa situação , onde os únicos que perdem são os Passáros. Essa revolta da Elite, envergonha meu nome, essa luta de interesse está longe de qualquer ideal de uma nobre República. O fato político que Netto tanto falou, não é o suficiente para os Lanceiros serem livres. O único sentimento de toda essa parafernália que ocorre no continente, é o de traição, tanto do Presidente, do Bento, do Onofre, do Tatu e dos demais capachos desses Generais. Vou para minha última batalha, com intuito de aparta-me dessa Revolução, que só visa o bem destes homens. Junto-me a uma nova Revolução, a Revolução dos Passáros.

Joaquim Teixeira Nunes
Arroio Chasqueiro, 25 de Novembro de 1844.

TOA

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Não sei ser intelectual

Finalmente criei o tal blog. Não tenho o dom dos meus amigos intelectuais para escrita, então, o intuito é incomodar e provocar.