sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mais um pingo xucro

Após horas e horas guiando os fletes para o cercado, o gurizote chega em casa. O sol ia se colocando num vermelho daqueles paralizantes, só acabando com o frenesi dos que miram, com a chegada da noite lobuna. Seu cansaço é ignorado, seus pais são ignorados, até o prato de comida é deixado de lado. Algo o atormenta demais para deixá-lo sentir a exaustão de seu corpo. Os pensamentos do malevo andam longito, e não envolvem cavallos, muito menos apostas. O motivo de tanta inquietação deste rapaz tem nome e tamanho. Uma China, mas uma China pra lá de guapa, beleza de fazer qualquer pingo xucro se curvar. O porquê de tanta revolta do gurizote? Ele é mais um pingo xucro que se curva, ao invés de domá-la.  

TOA

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Apressado!

Uma caneta sem tampa
Alguns livros fechados fitando-me
O celular em cima do caderno
O óculos torto ao lado de algumas pilhas velhas
O tempo passando rapidamente
Uma gaita insistindo em ser escutada
Uma voz falando do campo
Falando de amor
Quase tudo fazendo sentido
Os objetos, o campo, talvez até o amor
Mas e o tempo?
Porque tanta pressa?
Será alguma rusga com alguns de meus objetos?
Será que não gosta da gaita ou do que o milongueiro fala?
Ou o problema seria eu?
Quem o tempo odeia pra querer passar tão rápido?


TOA